“X-Men Origens” é alegoria carnavalesca e sem sal

15 maio

A origem do mutante Wolverine é a mais enigmática de todos os X-Men e nunca tinha ficado muito clara em nenhum dos três filmes da série, o que despertava a curiosidade dos novos fãs. X-Men Origins: Wolverine (no original), porém, não cumpre nem passa perto da promessa. O filme, como obviamente o título sugere, tenta contar a origem do mutantes das garras de adamantium, até o ponto em que começa sua história no primeiro filme dos mutantes. O longa começa com um rápido flashback da infância de pequeno Logan e de seu irmão mais velho e futuro rival Victor Creed, o Dente-de-Sabre. A cena, que funciona como prelúdio da saga, é piegas e de extremo mal gosto, principalmente quando o jovem Logan tem um acesso de raiva. Daí em diante, é ladeira abaixo.

Os irmãos, cuja relação é inicialmente harmoniosa, logo se mostram diferentes um do outro. A personalidade violenta de Victor (interpretado pelo insosso Liev Schreiber) acaba fazendo com que os dois conheçam o ambicioso coronel William Stryker, que está reunindo mutantes para montar um tropa de elite que vai defender interesses do governo norte-americano. Mas essa mesma brutalidade de Victor, incentivada por Stryker, leva Logan (vivido novamente por Hugh Jackman) a abandonar a equipe, o que acabou minando a estrutura do time. Anos depois, os ex-colegas de trabalho são vítimas de um assassino em série, e os irmãos se reencontram na tentativa de eliminar o tal matador.

Cheio de reviravoltas mais que previsíveis, falta cérebro ao filme de Gavin Hood, que não funciona nem como filme de ação. Com exceção do embate final entre Wolverine, Dente-de-Sabre e o mutante híbrido Deadpool, chamado de Arma XI (a X era o próprio Wolverine), as cenas de luta não conseguem criar a adrenalina típica e tão facilmente explorada pelos filmes do gênero. Nem mesmo a aparição de novos mutantes – uma tentativa de fazer deste um X-Men 4 – empolga. Remy LeBeau, o Gambit, que esperou quase dez anos para aparecer nas telas de cinema, só entra para ser humilhado por Logan. Faltou o dedo de Bryan Singer ou até mesmo de Brett Ratner, que fizeram bons trabalhos na trilogia X-Men. No fim, a instigante e obscura história da origem do mutante que, por um triz, não foi o líder do X-Men (como vemos no filme), apesar de esclarecida, ficou muito aquém do que merece o herói.

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